Os liberais (no sentido norte-americano do termo) são tão intolerantes quanto os conservadores

Matthew Hutson:

So who’s right? Are conservatives more prejudiced than liberals, or vice versa? Research over the years has shown that in industrialized nations, social conservatives and religious fundamentalists possess psychological traits, such as the valuing of conformity and the desire for certainty, that tend to predispose people toward prejudice. Meanwhile, liberals and the nonreligious tend to be more open to new experiences, a trait associated with lower prejudice. So one might expect that, whatever each group’s own ideology, conservatives and Christians should be inherently more discriminatory on the whole.

But more recent psychological research, some of it presented in January at the annual meeting of the Society of Personality and Social Psychology (SPSP), shows that it’s not so simple. These findings confirm that conservatives, liberals, the religious and the nonreligious are each prejudiced against those with opposing views. But surprisingly, each group is about equally prejudiced. While liberals might like to think of themselves as more open-minded, they are no more tolerant of people unlike them than their conservative counterparts are.

Political understanding might finally stand a chance if we could first put aside the argument over who has that bigger problem. The truth is that we all do.

A metodologia dos conservadores vs. a dos progressistas no debate político

Nuno Garoupa, “Confrontação”:

Nem já os americanos recordam o senador Bill Richardson, um conservador, hoje com 90 anos, que serviu no Senado da Califórnia vários mandatos entre 1966 e 1989 e nunca conseguindo ser eleito para o congresso federal. Fundou um grupo chamado Gun Owners of America (GOA) em 1975, rompendo com a National Rifle Association (NRA) por estar incomodado com os desvios de esquerdismo. E, em 1998, escreveu um livro algo desconhecido, Confrontational Politics, reeditado em 2010. Esta “obra literária” de 135 páginas seria irrelevante não fosse o “livrinho vermelho” de Steve Bannon e Jeff Sessions, os dois ideólogos da administração Trump.

Confrontational Politics abre com um diagnóstico do mundo em que vivemos – uma batalha fundamental entre os valores tradicionais (defendidos pelos conservadores) e os dogmas humanistas contemporâneos (impostos pelos progressistas). Acontece que os conservadores entram na discussão política com cortesia, civilidade, educação, ponderação e respeito pelas regras do debate. Pela sua forma de pensar e por respeito a uma tradição de elevação no espaço público, evitam o confronto direto e a retórica agressiva. Frente a um progressismo que não comunga de tais pruridos, o conservador acaba em posição defensiva. O progressista, adepto das técnicas marxistas e leninistas, inspirado na máxima “os fins justificam os meios”, provoca o confronto, usa retórica abusiva e agressiva para condicionar o conservador. Tudo isto resulta numa crescente influência da agenda progressista em detrimento do pensamento conservador. A fleuma, o respeito, a preferência por um debate equilibrado e institucional são desvantagens competitivas do conservador. Consequentemente, o conservador tem de abandonar esta forma de intervenção. Tem de passar ao confronto aberto. E esse confronto tem de ser agressivo e sem compromissos ou equilíbrios. Não há acordos possíveis com o progressismo enquanto a agenda conservadora não vingar. Política já não é procurar consensos ou mínimos denominadores comuns, mas guerra aberta – embora sem prisioneiros -, gritar mais alto, até o progressismo ser varrido dos tribunais, dos meios de comunicação, do espaço público. Mas, se os progressistas são o adversário a combater, o inimigo a obliterar são os conservadores consensuais. Porque são a quinta coluna, são quem mina o pensamento conservador e colabora com o adversário, permitindo a expansão do progressismo.