Carlos Armando de Paiva Rodrigues (15 de Dezembro de 1926 – 25 de Abril de 2023)

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O meu querido avô Carlinhos, marido e pai exemplar, avô, amigo e mestre sem par, deixou a existência para ascender à essência na madrugada do Dia da Liberdade, como último acto poético de um homem livre, bom e justo.

Viveu como pensava, casando a honra com a inteligência, a justiça com a integridade, praticando o bem e evitando o mal. Permanecerá eternamente nos nossos corações e memórias.

A sua mulher, filha e netos informam que o funeral se realizará amanhã, 27 de Abril, às 13:00, antecedido de velório, às 11:00, no Crematório de Santarém, sito na Rua Imaculada Conceição, 2000-072 Santarém.

Sic itur ad astra” (Virgílio).

Das universidades portuguesas

António Fidalgo, Reitor da Universidade da Beira Interior, “Reitor me confesso”:

Sr. Prof. António Coutinho, em Portugal os reitores fazem verdadeiros milagres, omeletes sem ovos. Um estudante português fica mais barato ao Estado do que um aluno do secundário. E qualquer casal paga mais pelo filho na creche do que na universidade. Vamos a números? O proposta de OE de 2018 atribui 1.129 milhões de euros ao ensino superior. Numa regra de três simples, dividindo pelos 300 mil alunos do ensino público, universitário e politécnico, são 3.763 euros por aluno. Em Espanha qualquer universidade recebe do erário público pelo menos o dobro. A Pompeu Fabra em Barcelona recebe 22.000 euros. Mas nos rankings internacionais (deixo ao seu critério escolher qual) as universidades portuguesas em geral estão significativamente mais bem situadas que as espanholas, ou do que as francesas ou italianas (que certamente não terão a miséria de financiamento que as portuguesas têm).

(…).

Concordo com o Prof. António Coutinho de que “os rankings são o que são”, e que os há para todos os gostos, mas convenhamos que a Universidade da Beira Interior com 31 anos, 7.000 alunos, e apenas 22.3 milhões de euros de dotação pública, aparecer entre as 150 “world best young universities” no ranking do Times Higher Education é prova de que os dinheiros públicos estão bem acautelados. Aposto que nenhum reitor da Suécia, da Escandinávia, ou de qualquer país nórdico, nomeado pelo Estado, ou escolhido pelos grandes da finança ou da indústria, consegue apresentar uma melhor relação qualidade-preço.

A experiência internacional do Sr. Prof. António Coutinho levá-lo-á a olhar para a universidade portuguesa como uma miséria. Está no seu direito. A minha experiência internacional, que mesmo assim passa por 7 anos na Alemanha, como mestrando, doutorando e pós-doc, com bolsas de estudo alemãs, por universidades com prémios Nobel no historial, por um ano como visiting scholar numa universidade americana da Ivy League, e por um conhecimento próximo de universidades espanholas e brasileiras, diz-me que as universidades portuguesas oferecem um ensino de qualidade; e que, no que toca a custos, é ímpar.